quarta-feira, 18 de julho de 2007
A guerra santa contra os judeus britânicos
Via LGF - Reino Unido - O número de ataques contra judeus aumentou de forma assustadora. O islão militante, a esquerda multicultural e a velha direita fascista são o tridente de ataque contra a presença judaica nas ilhas britânicas. É uma espécie de "open season on jews". A reportagem é de Richard Littlejonh e o vídeo abaixo reproduzido refere-se à primeira parte. Os restantes segmentos (5) podem ser vistos aqui.Nota: Os judeus foram expulsos de Inglaterra no período medieval e só regressaram no século XVII quando os judeus portugueses procurando refúgio, requereram a Olivier Cromwell autorização para viverem em terras britânicas. Manuel Dias Soeiro (aliás Menasseh Ben Israel) foi o homem que abriu as portas a uma convivência quase perfeita entre judeus e britânicos. Mas depois chegaram os membros da religião da paz...
segunda-feira, 2 de julho de 2007
Quem é judeu?
A lei judaica (halakhá) entende que é judeu, quem seja filho de mãe judia ou que ele próprio tenha-se convertido ao judaísmo.Esta é a definição clássica que os não-judeus facilmente assimilaram. Contudo, para a lei judaica existem outros requisitos.Para alguém poder ser considerado como filho de mãe judia, tem que provar que esta última não se converteu a outra religião.
Vamos ver o caso de Karl Marx. A mãe e o pai eram judeus. Antes do nascimento de Marx converteram-se ao luteranismo. Marx foi educado na religião luterana.Para os judeus e segundo a sua lei, Marx não era judeu. A mãe, antes do seu nascimento, converteu-se a outra religião.
Esta questão é essencial pois faz com que os filhos dsessa senhora não possam ser considerados judeus. Um judeu não pode ser judeu-luterano ou judeu-budista ou judeu-muçulmano. A definição faz-se pela adesão a uma única fé.Por outro lado, temos o caso da vontade pessoal e da conformação identitária do indivíduo; Marx sempre se afirmou como não judeu. Em jovem sempre se considerou como alemão e luterano, mais tarde simplesmente como socialista.
Mesmo que alguém tenha nascido judeu, se ao longo da vida se converter a outra religião, perde esse estatuto. Como dizia o Miguel Castelo Branco, estamos perante uma comunidade que não se fundamenta na raça mas na etnicidade. Etnicidade no sentido helénico - comunidade linguística, religiosa (o mesmo panteão), de valores morais e éticos - o que retira a ideia de raça (na sua dimensão de cor/pigmentação) ao judaísmo.Povo, enquanto comunidade de valores comuns, mas não de similitude racial. Nesse sentido, o judaísmo sempre foi pluri(racial).
O caso dos filhos de Hertzl é paradigmático do conceito de permanência judaica. Hertzl e a mulher eram sem dúvida alguma judeus. Sobre os filhos de ambos pesou a dúvida que tinham-se convertido ao cristianismo. O Estado de Israel tentou transladar o corpo dos filhos de Hertzl para Israel para poderem serem sepultados num cemitério judeu. Os rabinos chefes de Israel oposeram-se durante décadas a essa transladação enquanto não tivessem provas de que os filhos de Hertzl não se tinham convertido a outra religião.
Qual a razão de ser deste zelo?Num cemitério judaico só podem ser sepultadas pessoas dessa fé. Os "candidatos" podem ser loiros, negros, verdes ou às bolinhas, o que interessa é que sejam de religião judaica. Se são filhos de judeus, mas converteram-se a outra religião, jã não podem ser sepultados num cemitério judaico ou simplesmente serem considerados como judeus.A filiação faz-se pela partilha de valores religiosos e morais.
A pergunta para os liberais. A definição da identidade pessoal faz-se pelo próprio, pela tribo ou pela "comunidade nacional"(não judeus)?
Segundo as doutrinas de certos liberais lusos, a definição faz-se pela comunidade nacional. Assim, apesar do próprio Marx não se coniderar como judeu, a religião judaica não o ver como um dos seus, ele é judeu porque a comunidade nacional (os não judeus) assim o entendem.
O nazismo também aproximou-se desta definição - uma vez o sangue poluído por gotas semitas, para sempre judeu seria considerado.
O judaísmo não acredita no conceito puro e estrito do ius saguini, mas os goym (não judeus) acham o contrário! Que fazer?!
quarta-feira, 27 de junho de 2007
Anti-Semitismo Portuense

segunda-feira, 18 de junho de 2007
quinta-feira, 14 de junho de 2007
Notas sobre o Líbano
O Líbano de novo a ferro e fogo. Beirute, que se apoiara no Partido de Deus, deixou de confiar em tão seráficas companhias e mendigou uma ponte aérea de emergência aos nefandos norte-americanos, agora salvadores in extremis da periclitante situação em que se encontram as forças governamentais. Os confrontos no norte espalharam-se um pouco por todo o país e só a intervenção da força aérea israelita poderia circunscrever e debelar os focos de levantamento armado palestiniano. Sim, a culpa deve ser dos sionistas, pois os rapazes da Fathaa nunca criaram problemas, como também os governo sírio - de passado impoluto em matéria de acicate de violência fora de fronteiras - e iraniano, conhecido pela moderação com que instrui os seus agentes no Afeganistão e no Iraque. Ontem como hoje, o diapasão dos entusiastas das conspirações falha no alvo: nomeia Israel e não quer ver quem são os financiadores da subversão.
Ainda a Guerra de Junho de 1967
O assunto é suficientemente escalpelizado no Insurgente para nos perdermos em delongas, mas gostaria de lhe acrescentar dois ou três argumentos, que estimo de peso na reavaliação de um mito histórico que persiste graças a desinformação ou pura má-fé.
É argumento de toda a evidência ter sido a Guerra dos Seis Dias precipitada pela coligação nasserista-baathista. Em Maio de 1967, Nasser declarou o bloqueio marítimo ao porto de Eilat, porta de entrada vital para a sobrevivência do país, interditou o espaço aéreo do Estado judaico, privando-o de reabastecimento, exigiu a retirada dos Capacetes Azuis da península do Sinai, exibindo claros propósitos belicistas, impôs ao Rei Hussein da Jordânia um comando militar unificado sob comando de um general egípcio e fez reunir os estados-maiores sírio e agípcio para acertos.
Acresce que a estes sinais evidentes de hostilidade, solicitou ao embaixador soviético no Cairo ajuda na localização por satélite do dispositivo militar israelita e assessoria permanente de oficiais russos nos serviços de manutenção de aeronaves, sistemas de detecção e anti-aérea (radares e mísseis) e planeamento estratégico. Tamanhas evidências - só não as viu quem não quis - foram seladas com uma aproximação política aos pan-arabistas do Partido Baath (Partido Socialista Árabe), no poder na Síria e com fortes ramificações no Iraque, no Iémen, Líbano e Sudão. Contudo, Nasser, um megalómano cuja popularidade declinante o empurrava para aventuras compensatórias de prestígio fora de fronteiras - guerra no Iémen em 1966 - acabou por ser vítima da manipulação soviética.
Os russos fizeram crer ao ditador egípcio que os isrealitas se preparavam para desferir um ataque inopinado, levando-o a exibir e acelerar os preparativos para uma guerra que ditaria o extermínio do estado Judaico. Disse-o repetidamente, ou mandou proclamá-lo através dos seus emissários na Europa e embaixador nas Nações Unidas. Israel seria apagado do mapa.
Outro mito muito glosado pelos amigos da causa palestiniana estriba-se na ideia que o direito à independência da entidade palestina era apoiada ardentemente pelos líderes árabes antes da derrota de 1967. Ora, Nasser não deu qualquer passo na atribuição de um lar nacional aos palestinos. Pelo contrário, quando tomou posse da faixa de Gaza, após a retirada das forças da ONU, exerceu forte repressão e terá enviado recados aos jordanos para que não tolerassem qualquer veleidade independentista aos palestinianos vivendo na margem ocidental do Jordão.
Quando os isrealitas iniciaram operações no Sinai, enviaram um recado a Hussein da Jordânia. Nesse memorando, hoje conhecido, garantiam ao soberano Hachemita que a integridade territorial da Jordânia não seria tocada caso o país não se envolsee na guerra.
O Rei Hussein estava, porém, privado de qualquer poder sobre as suas forças armadas, que obedeciam a Nasser através do comando árabe unificado. No terceiro dia da luta no Sinai, os jordanos atacaram Israel pelas costas, tendo recebido forte retaliação judaica, que se saldou pela perda de Jerusalém e dos territórios da Margem Ocidental. A ocupação militar desses territórios foi, assim, de inteira culpa do inábil governo jordano.
A guerra de Junho de 1967 não foi uma guerra de agressão: foi uma campanha preventiva. A guerra de 1967 não foi a causa do actual impasse no Médio Oriente, mas apenas confirmou a prevalência israelita num conflito que se iniciara em 1948, quando os países árabes circunvizinhos não aceitaram as disposições da ONU e atacaram o novo Estado hebraico. A guerra de 1967 ditou o início da contestação a regimes laicos socializantes satelizados pela URSS, implicou a radicalização do fanatismo e do integrismo islâmicos e veio confirmar o profundo corte existente entre o Ocidente e o mundo árabe. O mundo árabe escolhera o bloco de Leste. Derrotado e frustrado, virou-se para um passado glorioso mas morto. O mundo árabe fez e continua a fazer as piores escolhas: quis ser socialista quando não devia; quer ser anti-ocidental quando não pode.
quarta-feira, 16 de maio de 2007
quarta-feira, 9 de maio de 2007
Os dias de Dayan

domingo, 6 de maio de 2007
quarta-feira, 2 de maio de 2007
Miguel Portas e o Hezbollah

Sara

sexta-feira, 27 de abril de 2007
quarta-feira, 25 de abril de 2007
O anti-semitismo como defeito moral e intelectual

1. O anti-semitismo, como qualquer outra obsessão xenófoba é uma doença da alma, porque corrói e subverte os nossos sentimentos de solidariedade humana.
A Europa, o Holocausto e o Negacionismo.
Foi recentemente aprovada uma proposta para proibir em toda a União Europeia a negação do Holocausto. A iniciativa da Alemanha suscitou a oposição dos países escandinavos, da Irlanda e do Reino Unido, com uma razão fundamental que também partilho: a liberdade de expressão.Entendamo-nos sem margem para erros. O século XX europeu foi o ventre de uma das maiores tragédias da Humanidade e certamente aquela que mais brutalmente evidenciou até onde podem ser levados o anti-semitismo, o racismo e as ideologias de massas. Nada disso é discutível. O Holocausto traduziu-se num genocídio que industrializou a morte, a barbárie e a chacina metódica de seres humanos pelo simples facto de terem uma história, uma religião e uma cultura. De serem humanos.
Perante o abismo sanguinário que foi alimentado muito longe das linhas da frente da Segunda Guerra Mundial, nos tenebrosos campos do Leste, choca-nos -- e bem -- que alguém possa colocar em causa a dimensão e o significado do Holocausto. Mas há quem o queira fazer: os dirigentes do Irão, os extremos ideológicos europeus, os «historiadores» negacionistas. Logo, não importa tanto quem o faça, mas qual a melhor forma de lidar com essas ofensivas.O anti-semitismo, a xenofobia e o incitamento ao ódio devem ser radicalmente punidos em todos os países democráticos e tolerantes -- e regra geral já o são. Podemos então afirmar que o negacionismo do Holocausto é em si mesmo uma manifestação de anti-semitismo? Certamente. Mas não é matéria de índole criminal. As margens são complexas, bem sei, e não é fácil distinguir propaganda anti-semita de «divergências políticas», sobretudo quando o Holocausto não é matéria de divergência política e sabemos perfeitamente que os grupos radicais anti-semitas utilizam o delito de opinião para salvaguardar a prática de actos delinquentes.
Mesmo sabendo tudo isso, continuo a não concordar com a proposta da Alemanha -- orientada pelos melhores motivos, não discuto -- que foi imposta aos outros países da UE. Por um motivo simples: ela não protege os judeus nem a memória dolorosa da Holocausto. Falha completamente nesse objectivo e irá fortalecer os radicais negacionistas na sua causa, rapidamente transmutável numa bandeira de liberdade de expressão reclamada pelos herdeiros das ideologias assassinas do século XX europeu.
Há igualmente o problema muito acentuado da uniformização de uma lei destas à escala europeia e do perigo de se estabelecerem escalas e graus de comparação entre o Holocausto e outras barbáries. Isso já foi visível quando os países do Leste se organizaram para equiparar a suástica à foice e ao martelo e proibir ambos os símbolos em toda a UE. Será que qualquer um dos países europeus que teve a sorte de ficar do lado certo do Muro de Berlim pode em rigor negar às vítimas do terror comunista uma equivalência moral com outros abismos ideológicos das últimas décadas? Não pode, claro. Mas também não deve aceitar quaisquer proibições.
Todavia, para que isso seja possível, não podem existir crimes mais criminosos do que outros, mais susceptíveis de serem criminalizados do que outros, com mais ou menos mortos do que outros. As discussões não podem nunca ir por aí. O Holocausto tem uma excepção moral que eu partilho até à última molécula, que defenderei contra todas as investidas, mas a proibição do negacionismo é um erro. Por muito duro e complexo que isso possa parecer, só assim será possível vivermos conjuntamente nas sociedades democráticas que erguemos depois de todos os choques do século XX. Não há outra forma. Ou não abrimos de todo esta caixa de pandora, ou nunca mais a conseguiremos fechar.
segunda-feira, 23 de abril de 2007
quarta-feira, 18 de abril de 2007
Manifesto

segunda-feira, 16 de abril de 2007
terça-feira, 3 de abril de 2007
Concerto na Sinagoga do Porto
segunda-feira, 26 de março de 2007
Lançamento

LANÇAMENTO EM PORTUGAL DA BÍBLIA HEBRAICA (TANACH)COM JAIRO FRIDLIN DA EDITORA E LIVRARIA SEFER, A LIVRARIA JUDAICA DO BRASIL
(A versão em português do Tanach tem 880 páginas, capa dura de luxo e uma lombada de apenas dois centímetros e meio, porque empregou-se o chamado papel bíblia, cuja folha pesa apenas 44 gramas. O livro é uma obra coletiva. Ele o traduziu junto com David Gorodovits, do Rio, e teve a revisão técnico-religiosa dos rabinos Marcelo Borer, Daniel Touitou e Saul Paves, e dos professores Norma e Ruben Rosenberg, Daniel Presman e Marcel Berditchevsky.)
- 27 de Março pelas 18:30 na FNAC do Chiado. Este evento conta com o apoio da FNAC, APEJ (Associação Portuguesa de Estudos Judaicos) e da CIL (Comunidade Israelita de Lisboa)- 28 de Março pelas 22:00 no Clube Literário do Porto. Este evento conta com o apoio da Ladina (Associação de Cultura Sefardita) e do CLP (Clube Literário do Porto).
domingo, 4 de março de 2007
Haman

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007
BeShalah 5767

A divisão do Mar Vermelho é um acontecimento esculpido na memória do Povo Judaico. Até recitamos os versículos da Kiriat Iam Suf, todos os dias na oração a fim das Zemirot, os salmos de introdução a Shaharit, naquela que é comummente chamada Shirat HaIam, O cântico do Mar. Outra vez falamos dela depois da leitura do Shema Israel e antes da Amidá, a oração principal em Shaharit. Se pode dizer que foi o milagre supremo do êxodo do Egipto. Mas em que sentido?
Temos que pôr atenção as palavras da Torá, e podemos perceber principalmente duas perspectivas:
E os filhos de Israel entraram pelo meio do mar em seco; e as águas foram-lhes qual muro à sua direita e à sua esquerda. (êxodo 14,22)
As águas, tornando, cobriram os carros e os cavaleiros, todo o exército de Faraó, que atrás deles havia entrado no mar; não ficou nem sequer um deles. (Ibid. 14,28)
Mas os filhos de Israel caminharam a pé enxuto pelo meio do mar; as águas foram-lhes qual muro à sua direita e à sua esquerda. (Ibid. 14,29)
A mesma coisa vê-se na Shirat HaIam:
Ao sopro dos teus narizes amontoaram-se as águas, as correntes pararam como montão; os abismos coalharam-se no coração do mar.(Ibid. 15,8)
A ênfase aqui é posta sobre as dimensões milagrosas do que aconteceu. A agua que geralmente flúi, estava direita com um muro; o mar abriu-se mostrando a terra seca. As leis da natureza forma suspensas temporariamente, alguma coisa aconteceu que não podia-se explicar cientificamente.
Mas a pôr mais atenção se pode reparar que há algo mais:
Então Moisés estendeu a mão sobre o mar; e o Senhor fez retirar o mar por um forte vento oriental toda aquela noite, e fez do mar terra seca, e as águas foram divididas. (Ibid. 14,21)
Aqui não há uma mudança improvisa no comportamento da agua, sem causa especifica. D-us traz um vento que no curso de varias horas, faz dividir as águas.
Consideramos agora esse versículo:
Na vigília da manhã, o Senhor, na coluna do fogo e da nuvem, olhou para o campo dos egípcios, e alvoroçou o campo dos egípcios; embaraçou-lhes as rodas dos carros, e fê-los andar dificultosamente; de modo que os egípcios disseram: Fujamos de diante de Israel, porque o Senhor peleja por eles contra os egípcios. (Ibid. 14,24-25)
Aqui a ênfase é posta mais sobre um tipo de ironia que sobre o milagre. A especialidade dos Egípcios, que os fazia quase invulneráveis, era os carros e os cavalos. Até no período do Rei Salomão era assim:
Também ajuntou Salomão carros e cavaleiros, de sorte que tinha mil e quatrocentos carros e doze mil cavaleiros, e os distribuiu pelas cidades dos carros, e junto ao rei em Jerusalém. (Reis 1 10,26)
E subia e saía um carro do Egipto por seiscentos siclos de prata, e um cavalo por cento e cinqüenta; e assim, por intermédio desses mercadores, eram exportados para todos os reis dos heteus e para os reis da Síria. (Ibid. 10,29)
Olhando dessa perspectivas, os acontecimentos da nossa Parashá podem ser descritos da forma seguinte: Os Israelitas chegaram ao Mar Vermelho num ponto onde este era muito baixo. Talvez havia uma parte alta no leito do mar que geralmente era coberta pelas águas, mas que ocasionalmente, a causa do forte vento foi descoberta.
Assim escreve um famoso físico Colin Humpherys no livro “Os milagres do Êxodo”:
“Fluxos de vento são muito bem conhecidos pelos oceanógrafos. Por exemplo um forte vento que soprou no lago Erie, um dos Grandes Lagos, causou diferenças na elevação das aguas de quase 16 pés, no oeste e no leste dos Estados Unidos. Napoleão também, escreveu que foi quase morto por um “improviso e alto fluxo de águas” quando estava a atravessar uma parte seca no mar perto do Golfo de Suez.”
No caso do vento que descobriu uma zona alta do leito do mar, as consequências, foram dramáticas: De repente os Israelitas, andando a pé, tiveram uma vantagem imensa sobre os Egípcios com seus cavalos e carros. As rodas dos carros bloquearam-se na lama. Os soldados que conduziam os carros fizeram de tudo para sair dali, mas logo depois reparando que estavam a afundar mais na lama. O exército Egípcio não podia nem retirar-se nem avançar. Eram tão empenhados em liberar os carros da lama, e tão relutantes eram em deixar as suas preciosas máquinas de guerra, que não repararam que o vento fez voltar as águas. E quando reparam era já tarde para poder sair daquela armadilha. O soalho já se estava a encher de águas de todos os lados, e aquela ilha no meio do mar se estava a tornar mais pequena. O maior exercito da antiguidade foi perdeu, e os seus guerreiros afogados, não por um exercito superior nem pelo esforço de homens, mas por aquela mesma loucura que os fez concentrar só em capturar os Israelitas, sem reparar que estavam a andar na lama, onde os seus carros não podia ir.
Temos então duas formas de ver esses acontecimentos. Uma natural e uma milagrosa, super natural.
A explicação sobrenatural, a das águas que se levantaram como muros destruindo os egípcios, é extremamente potente e é por isso que se gravou na memória dos israelitas.
Mas a explicação “natural”, não é menos surpreendente: A força Egípcia ganhada pela sua mesma fraqueza. A fraqueza dos Israelitas, tornou-se a sua força. Desse ponto de vista, o aspecto sobrenatural é menos importante daquele moral. D-us castiga os pecadores, Ele goza com aqueles que gozam Dele. Ele mostrou ao exercito egípcio que os fracos eram fortes naquele dia – Exactamente como fez com Bilaam que se exaltava dos seus poderes profético e ao qual foi demonstrado que a sua mula - que podia ver o anjo enviado quando Bilaam não podia – tinha poderes maiores do que ele!!!
Em outras palavras, um milagre não é necessariamente uma coisa que para as leis da natureza. È as vezes um evento do qual pode haver uma explicação natural, mas, acontecendo quando, onde e como foi, nos deixa surpreendidos, assim que até a pessoa mais séptica sente que D-us interveio na historia. Os fracos são salvos, os que estavam em perigo postos em lugar seguro.
E mais significativo ainda é a mensagem moral que esse acontecimento nos ensina: a hubris é punida pela nemesis. O soberbo é humilhado, e o humilde exaltado, que há justiça na história, muitas vezes escondida mas também gloriosamente revelada.
Não todos os sábios judeus deram importância ao aspecto sobrenatural da intervenção Divina na história; O Rambam por exemplo escreveu.
“Os Israelitas não se acreditaram em Moisés a causa das milagres que cumpriu. (porque) Quando a fé de alguém é baseada sobre milagres, há sempre uma pequena duvida que esses milagres tinham estados cumpridos através da magia o da bruxaria. Todos os sinais que Moisés cumpriu no deserto, foram cumpridos porquê necessários e não para demonstrar as suas credenciais de profeta” (Hilchot Iessodé HaTorá 8, 1)
O Rambam diz então, que o que fez de Moisés o maior profeta não foram os milagres que cumpriu, mas que trouxe a Torá aos Israelitas, do Monte Sinai.
Doutro lado Ramban (Nachamanides) tem uma opinião um pouco diferente, enfatizando o fenómeno que ele chama um “milagre escondido”, um acontecimento que inclusive ficando nas regras da natureza, é incrivelmente surpreendente, como por exemplo a existência do universo, a nossa existência, etc.
Einstein dizia que D-us não joga a dados com o universo: A incrível complexidade da vida, a improbabilidade da existência (o que hoje chama-se o principio antropico), são fenómenos descobertos pela ciência e não desafiados por ela,
A genialidade da narrativa Bíblica, na história da passagem do Mar vermelho, está no feito que não resolve o fenómeno duma forma ou da outra, mas nos dá as duas perspectivas. Para alguns o milagre é a suspensão das leis da natureza, para outros o feito que haja uma explicação natural não faz do acontecimento algo menos milagroso:
Que os Israelitas chegaram ao mar exactamente quando houve aquele vento e abaixamento das águas, que o maior exército daquela época foi infamemente humilhado e ganhado…Todas essas coisas são milagres que nunca serão esquecidos.
Shabat Shalom e Tu BiShevat Sameah!!!!
domingo, 28 de janeiro de 2007
Parashat “Bó”

Resumem.
As primeiras partes da parashá descrevem as pragas dos gafanhotos e da escuridão com as quais D-us puniu o Egipto.
Logo depois da última praga, a morte dos primogénitos, os Israelitas são comandados de pedir aos egípcios todos seus objectos de valor, fazendo isso.
Moshé Rabenu, também é comandado de preparar os Israelitas ao sacrifício de Pessah, de marcar as portas das suas casas com o sangue do sacrifício e também de guardar esse preceito (o sacrifício) e a festa do pão ázimo (Pessah) em todas as gerações a seguir. Em fim, vemos que os Israelitas obedecem a todas as directivas que Moshe lhes dá.
A praga da morte dos primogénitos, a ultima da ordem, é aquela que submete o Faraó e o convence a deixar libré o povo de Israel, o qual sai do Egipto com grandes propriedades e ao qual agrega-se muita gente.
A parashá conclui com as regras da comida do sacrifício de Pessah, do pão ázimo (Matsá) e do hamets, da separação dos primogénitos e do relativo resgate, e em fim, dos Tefilin o qual objectivo final é de recordar D-us e a Sua rigorosidade para com o Egipto.
Reflexões.
A saída do Egipto é a primeira redenção na história de Israel, e temos que apreender dela sobre a nossa futura redenção.
Porque os Israelitas mereceram-se ser libertados do Egipto? Sabemos que o pacto dos patriarcas já existia: D-us prometeu a Abraão no “pacto das partes”, que depois de 400 anos seus descendentes serão libertados do Egipto.
Mas ainda temos que perceber porque é que D-us prometeu isso a Abraão.
Parece que foi apenas graças aos méritos dos patriarcas que foram libertados os Israelitas, e que eles só conseguiram guardar, inclusive em condições de exílio, a chispa daquele grande fé que os antepassados acenderam.
E com todo isso, inclusive estando no meio daquele povo dedicado a idolatria, o Egipto, voltaram todos a fé verdadeira, sacrificando, e assim desapreciando, os deuses do Egipto, os carneiros, mesmo na cara dos Egípcios!
E assim é que foi fixada uma lei pelas gerações vindouras: “Todos os profetas nos comandaram de fazer Teshuvá (retorno ao recto caminho), e assim os israelitas serão redimidos no futuro, só fazendo Teshuvá”.
E se os israelitas farão Teshuvá de espontânea vontade, merecerão também a promessa do profeta Micha: “ Eu lhes mostrarei maravilhas, como nos dias da tua saída da terra do Egito……Mostrarás a Jacó a fidelidade, e a Abraão a benignidade, conforme juraste a nossos pais desde os dias antigos.”
Parashat Vaerá 5767

Esta Parashá e seguinte nos introduzem nos acontecimentos da missão de Moshé Rabenu; nos apresentam uma ampla exposição das varias negociações que houveram entre Moshé e o Faraó para obter a liberação de Israel da escravidão. Essas parashiot nos demonstram como se determinou a comprida série de castigos, conhecidos pelo nome de pragas, a causa dos quais o malvado Faraó tinha que convencer-se a deixar livre o povo de Israel.
Uma pergunta, uma dúvida que pode surgir sobre todos esses acontecimento é a seguinte: se D-us já tinha decidido a libertação de Israel, qual foi o fim de todas essas punições? Não podia ser suficiente apenas uma praga solene, uma manifestação da omnipotência divina para ganhar a prepotência do Faraó e resgatar Israel da escravidão? A essas perguntas se pode responder usando as mesmas palavras que Moshé pronunciou em frente ao Faraó: “mas, na verdade, para isso te hei mantido com vida, para te mostrar o meu poder, e para que o meu nome seja anunciado em toda a terra.” (Êxodo 9, 16). Esse gradual e lento processo de provas e punições faz parte dum plano divino: D-us mostrando a Sua tolerância para com o pecador, Quer também dar ao Egipto e ao Faraó uma série de grandes ensinamentos sobre a verdade Divina e os critérios da justiça no mundo, porque não é só a Israel que D-us se revela, mas ao mundo inteiro!
Mesmo no meio dum povo de idolatras, em frente a uma das nações mais potentes daquela altura, devia revelar-se a grandeza do D-us Único. É assim que mesmo aquele Faraó que disse “Quem é D-us para que eu ouça a Sua voz?”, mais tarde admitirá a verdade com as palavras: “ o Senhor é justo, mas eu e o meu povo somos a ímpios.” (Êxodo 9, 27). Mas esta revelação de D-us em frente dum povo estrangeiro e idolatra, era necessária também para Israel, sob outro aspecto. Quem podia convencer ao povo de Israel gritando baixo as cadeias da escravidão? Quem podia acreditar que com aquelas terríveis condições seria também chegada a salvação? Podia apenas a força humana mudar radicalmente aquela situação? Podia a intervenção de homens, também de grandes guias como Moshe e Aharon, acabar com aquele pesadelo? Sim, mesmo naquela condição que parecia desesperada, na qual a mão do homem era incapaz de obter nenhum sucesso, ali tinha que demonstrar-se a potencia de D-us, para ensinar ao povo de Israel a influencia da providencia na historia.
Então a liberação de Israel, não será obtida com a intervenção humana, porque nenhuma força nem homem podia fazer aquilo que já Israel achava perdido: “…pois por uma poderosa mão os deixará ir…” (Êxodo 6, 1). Assim Israel apreendeu a conhecer directamente D-us, por aquelas verdades que a mesma história, as mesmas experiências da vida mostram.
È assim que todos os acontecimentos de Israel no Egipto, transformam-se num ponto inesquecível da historia humana e então o ponto de nascimento dum povo: um grupo de pessoas que até agora eram apenas descendentes da mesma família, a família de Avraham, e tinham recebidos a mesma educação, e que agora experimentam e testemunham os ensinos do patriarca, no só entre eles mas em frente do mundo inteiro.
Quero concluir dizendo que é essa a peculiaridade dos judeus, que nunca se podem comparar as outras religiões:
Uma fé – Que nasce com os ensinamentos de Avraham e afirma-se com os acontecimentos do Egipto;
Uma forte identidade nacional – Que é a união familiar da casta de Avraham e de todo que entra a fazer parte disso;
Uma identidade territorial – a amada Terra de Canaan, prometida por D-us na qual Israel cumprirá a sua tarefa. Três caracteres inseparáveis do Povo de Israel.
Torã, Nação e Terra, o lema do nosso povo…Torat Israel, Am Israel, Erets Israel!
Shabat Shalom
Rabino Eliezer Shai Di Martino
Palavras de bênção pelo grupo de ex-crypto-judeus do Porto que passou com grande sucesso o Beit Din de retorno ao Judaísmo em Jerusalém.

“Esses são os nomes dos filhos de Israel que chegaram ao Egipto….” (parashat Shemot, Sefer Shemot)
Assim abre-se o livro de Shemot, Êxodo, e é com essa Parashá que se abre também um novo capitulo pela comunidade judaica do Porto, e com licença, quero fazer uma releitura desse versículo: “Esses são os nomes dos filhos de Avraham Israel ben Rosh”que chegaram ao Portugal:
Iossef, Keren e Eliahu; Nahshon, Hana e Shemuel; Ieoiakim e Miriam; Baruch Israel; Iossef Imanuel; Reuven Elazar; Arie; Iossef; Rivka; Iael.”
Aqui com a Parashá de Shemot nasce o povo de Israel. E também com essa parashá começa o renascimento do Povo de Israel no Porto.
Há varias situações paralelas entre as duas histórias:
A escravidão no Egipto dos filhos de Israel;
A escravidão espiritual dos judeus sob a inquisição cristã (Shem reshaim irkav!)
A fim das cadeias da escravidão, guiados por um grande leader: Moshe Rabenu;
A fim do medo e a assunção publica do próprio judaísmo, também guiados por um grande leader: Avraham Israel ben Rosh.
A inveja, as malas línguas e a falta de fé em D-us e no seu profeta Moshe Rabenu;
As infâmias e as malas línguas contra o Avraham Israel ben Rosh.
A punição: 40 anos no deserto, e não ver a terra de Israel;
A punição: mais de 40 anos o processo de retorno foi parado.
Os filhos e netos da geração do deserto vieram a terra de Israel;
Os netos do Avraham Israel ben Rosh, vieram acontecer o retorno oficial;
No quero continuar nas comparações…A próxima seria a ultima profecia de Moshé, o qual vê no futuro vários acontecimentos infelizes e expressa a sua severidade para com os filhos de Israel….
Mas hoje não é dia de ralhos e repreensões, nem sobretudo dia de profecias….o que sim hoje é, é uma ocasião para abençoá-los:
O Povo de Israel lhes da as boas vindas! Ou melhor os “bons retornos”! Como uma mãe que recebe o amado filho que volta duma dura guerra.
Bênçãos de bom sucesso no cumprimento do compromisso que fizeram;
Bênçãos de bom sucesso no crescimento espiritual;
Bênçãos de bom sucesso na construção ou inicio duma família judaica.
Agora ninguém mais os umiliará ….Não deixem que ninguém mais os chame “Goiim”!
Vários sábios dizem que a força dos Guerim é o conhecimento…Demonstrem ao mundo judaico que os descendentes dos judeus portugueses podem ser a Elite dos judeus, assim como foram no passado!
A tarefa é difícil….mas não esqueçam um famoso ditado do Talmud: “ Rabi Abahu disse: No lugar onde está um Baal Teshuvá (Aquele que retorna lit.), nem um justo perfeito pode estar….”
BehatslaHá, rabino Eliezer Shai Di Martino
Tertúlias Ladina

de 2007 pelas 22H, com o tema: "EDUCAÇÃO HEBRAICA À LUZ DA TORA", pelo
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quarta-feira, 24 de janeiro de 2007
A força das convicções

Convidados - Comunidade Israelita de Lisboa
Inauguração da Mikvé - New Mikvé

terça-feira, 23 de janeiro de 2007
Visita Ilustre - Israel Chief Rabbi, Yona Metzger visits Oporto
