Esta Parashá e seguinte nos introduzem nos acontecimentos da missão de Moshé Rabenu; nos apresentam uma ampla exposição das varias negociações que houveram entre Moshé e o Faraó para obter a liberação de Israel da escravidão. Essas parashiot nos demonstram como se determinou a comprida série de castigos, conhecidos pelo nome de pragas, a causa dos quais o malvado Faraó tinha que convencer-se a deixar livre o povo de Israel.
Uma pergunta, uma dúvida que pode surgir sobre todos esses acontecimento é a seguinte: se D-us já tinha decidido a libertação de Israel, qual foi o fim de todas essas punições? Não podia ser suficiente apenas uma praga solene, uma manifestação da omnipotência divina para ganhar a prepotência do Faraó e resgatar Israel da escravidão? A essas perguntas se pode responder usando as mesmas palavras que Moshé pronunciou em frente ao Faraó: “mas, na verdade, para isso te hei mantido com vida, para te mostrar o meu poder, e para que o meu nome seja anunciado em toda a terra.” (Êxodo 9, 16). Esse gradual e lento processo de provas e punições faz parte dum plano divino: D-us mostrando a Sua tolerância para com o pecador, Quer também dar ao Egipto e ao Faraó uma série de grandes ensinamentos sobre a verdade Divina e os critérios da justiça no mundo, porque não é só a Israel que D-us se revela, mas ao mundo inteiro!
Mesmo no meio dum povo de idolatras, em frente a uma das nações mais potentes daquela altura, devia revelar-se a grandeza do D-us Único. É assim que mesmo aquele Faraó que disse “Quem é D-us para que eu ouça a Sua voz?”, mais tarde admitirá a verdade com as palavras: “ o Senhor é justo, mas eu e o meu povo somos a ímpios.” (Êxodo 9, 27). Mas esta revelação de D-us em frente dum povo estrangeiro e idolatra, era necessária também para Israel, sob outro aspecto. Quem podia convencer ao povo de Israel gritando baixo as cadeias da escravidão? Quem podia acreditar que com aquelas terríveis condições seria também chegada a salvação? Podia apenas a força humana mudar radicalmente aquela situação? Podia a intervenção de homens, também de grandes guias como Moshe e Aharon, acabar com aquele pesadelo? Sim, mesmo naquela condição que parecia desesperada, na qual a mão do homem era incapaz de obter nenhum sucesso, ali tinha que demonstrar-se a potencia de D-us, para ensinar ao povo de Israel a influencia da providencia na historia.
Então a liberação de Israel, não será obtida com a intervenção humana, porque nenhuma força nem homem podia fazer aquilo que já Israel achava perdido: “…pois por uma poderosa mão os deixará ir…” (Êxodo 6, 1). Assim Israel apreendeu a conhecer directamente D-us, por aquelas verdades que a mesma história, as mesmas experiências da vida mostram.
È assim que todos os acontecimentos de Israel no Egipto, transformam-se num ponto inesquecível da historia humana e então o ponto de nascimento dum povo: um grupo de pessoas que até agora eram apenas descendentes da mesma família, a família de Avraham, e tinham recebidos a mesma educação, e que agora experimentam e testemunham os ensinos do patriarca, no só entre eles mas em frente do mundo inteiro.
Quero concluir dizendo que é essa a peculiaridade dos judeus, que nunca se podem comparar as outras religiões:
Uma fé – Que nasce com os ensinamentos de Avraham e afirma-se com os acontecimentos do Egipto;
Uma forte identidade nacional – Que é a união familiar da casta de Avraham e de todo que entra a fazer parte disso;
Uma identidade territorial – a amada Terra de Canaan, prometida por D-us na qual Israel cumprirá a sua tarefa. Três caracteres inseparáveis do Povo de Israel.
Torã, Nação e Terra, o lema do nosso povo…Torat Israel, Am Israel, Erets Israel!
Shabat Shalom
Rabino Eliezer Shai Di Martino
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