Mas é o Hezbollah quem verdadeiramente conquistou o coração de MP. A abordagem hagiográfica a Nasrallah transforma qualquer discurso do líder do movimento num exercício de sabedoria e moderação. O Xeque é citado à exaustão (p. 153). MP dá-lhe mais do que o benefício da dúvida – aceita e repete as ideias do líder do Hezbollah de forma quase naïf,enquanto todos os outros actores da região merecem uma abordagem céptica e crítica. MP, na ânsia de sentir empatia pelo inimigo figadal israelita, projecta um imaginário ideológico passé no conflito do Líbano.
(…)
Resumindo, este livro é mais um sintoma da tendência generalizada da Esquerda e da Direita europeias se alinharem de forma acéfala “contra” ou “a favor”de Israel – especialmente em Portugal. E o problema vai bem mais fundo do que o velho debate sobre pró e anti-americanismo.
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